Campanha – O Maraca é nosso!

As 11 posições do Comitê Rio para Campanha Unificada sobre o Maracanã 

1 – Mau uso do dinheiro público: De 1999 a 2006, foram gastos cerca de 400 milhões de reais em reformas que prometiam deixar o Maraca pronto para a Copa de 2014. Agora decidem colocar tudo abaixo e construir um novo estádio por mais de 1 bilhão ( !!! ) , via BNDES.

2 – Privatização do Maracanã: Após as centenas de milhões das reformas, e o bilhão da reconstrução, não faz sentido um patrimônio público, de todos os cariocas, ser repassado para a iniciativa privada (Eike Batista!!), que não investiu no estádio mas está a postos para embolsar o lucro gerado por ele. O Maraca é da população e não pode ser vendido!

3 – Elitização do Maracanã: A geral, espaço tradicional de participação popular, com ingressos a preços acessíveis, já havia sido extinta. Está cada vez mais caro frequentar e assistir futebol ao vivo, o que tem afastado boa parte da população dos estádios e enriquecido as empresas de TV a cabo. Exigimos preços populares!

4 – “Europeização” do Maracanã: Sem a geral, morrem as manifestações populares bem-humoradas. Agora, botam abaixo também as arquibancadas, espaço coletivo de criação, para a construção de um Maracanã apenas com camarotes, currais “VIPs”, cadeiras numeradas e lugares marcados, inviabilizando nossas formas tradicionais de torcer, com mobilidade e liberdade dentro do estádio, coreografias, intrumentos musicais, bandeiras… Queremos respeito à nossa cultura de torcedor e exigimos a inclusão de setores populares no projeto do novo estádio!

5 – “Encolhimento” do Maracanã: Recentemente, mais de 100 mil pessoas assistiam ao jogo com segurança no estádio. Com cadeirinhas acolchoadas e lugares marcados, cai pela metade a capacidade, aumenta o preço do ingresso, e menos pessoas podem ver o jogo. Pra ver seu time, o geraldino hoje é obrigado a se espremer no boteco da esquina!

6 – Descaracterização arquitetônica do Maracanã: O estádio, que era um patrimônio histórico e cultural tombado, passou a ser um patrimônio demolido, às vistas de todos, com as bençãos do IPHAN. Sua arquitetura foi completamente descaracterizada, e a ideia é erguer uma “arena” asséptica e metida a besta. O Maracanã não pode virar shopping center!

7 – Remoção de famílias do entorno: Comunidades de baixa renda estão tendo suas casas demolidas para dar lugar a estacionamento gigantescos. Defendemos que o direito das pessoas a uma moradia adequada é um legado mais importante do que vagas para carros!

8 – Falta de Transparência e Participação Popular: Onde estão os laudos técnicos, os estudos de impacto e as plantas do projeto para o estádio? Em que mesa se decidiu a demolição da bancada e da marquise? Houve audiências públicas? Os torcedores, verdadeiros donos do Maraca, foram consultados? Onde está o balanço financeiro da SUDERJ que comprova que o Maracanã é deficitário?…

9 – Repressão ao comércio informal no entorno do estádio: Esqueça o isopor e a cervejinha antes de entrar no estádio. No “Novo Maracanã”, torcedor não bate-papo na porta do estádio, e trabalhador que tá na batalha toma madeirada no lombo e volta pra casa de mão abanando.

10 – Favorecimento explícito a grupos empresariais: Odebrecht, Andrade Gutierrez, Delta, Eike Batista… As figurinhas são sempre as mesmas: as mesmas que fornecem jatinhos, helicópteros e outros mimos para o Governador Sérgio Cabral; as mesmas que fecham contratos em todos os estádios da Copa e em outras obras de infra-estrutura; as mesmas que vão ser donas dos camarotes VIPs das “arenas”; as mesmas que financiam as campanhas dos partidos políticos mais ricos…

11 – Más condições de trabalho nas obras: Enquanto as empreiteiras enchem o cofre de dinheiro, os operários das obras do Maraca reivindicam benefícios fundamentais e melhores salários e condições de trabalho. Em 2011, os trabalhadores ficaram pelo menos 24 dias em greve.

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1950, Copa do Mundo: Nasce um estádio popular. Um templo onde brasileiros comuns – avós, pais, filhos, netos – sorriram, cantaram e choraram juntos.

6 respostas em “Campanha – O Maraca é nosso!

  1. só não concordo com os pontos 4 e 5 da lista. Eu acho que cadeiras novas e marcadas facilitam muito o acesso e a ordem dentro do estadio. as arquibancadas levam ao desordem. não acho que por terem cadeiras numeradas a gente não possa torcer com música, bandeiras e demais. o outro ponto é que cabe a mesma quantidade de pessoas na arquibancada que na cadeira numerada; se vc bota mais pessoas na arquibancada é porque as pessoas estão se espremendo dentro do estadio.

  2. Os itens 3 a 6 são totalmente sagrados. Descaracterizar o Maracanã, fazendo dele uma arena, é provar que não é carioca e nem brasileiro.

  3. A única maneira de reparar esse ABSURDO, é construindo o MARACANÃ com o mesmo formato antigo, porém modernizado e com a capacidade de 200 mil espectadores. Aí o carioca teria orgulho desse governo.

  4. Os absurdos: é diminuição do maior estádio do mundo, a demolição de tudo q foi feito anteriormente(mais gasto de dinheiro publico), a privatização do nosso estádio, a falta da geral para os verdadeiros donos, a classe mais pobre tem direito de assistir os jogos a preço popular, concluindo está tudo errado.

  5. Quanto a remoção de famílias no entorno do Maraca, eu que sou morador da área vejo com bons olhos, pois só quem conhece este lugar sabe da bagunça, abusos e da aparência arquitetônica destas moradias e comércio. Já era tempo desta retirada acontecer e está demorando muito. São pessoas que ocuparam espaços públicos para residirem ou abrirem comércios, deixando mais feia nossa região. Sou a favor desta remoção, mas também sou a favor de que sejam deslocados para um local com toda infra instrutura necessária. Não quero conflitos, estou expressando minha opinião.

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